A
Secretaria de Saúde de Nova Friburgo está preocupada com o grande número de
pombos nas ruas da cidade. Essas aves transmitem zoonoses, através de fezes e
secreção, como a histoplasmose, criptococose, salmonelose, psitacose, dermatites
e alergias respiratórias. Esses animais, provenientes do Mediterrâneo, cujo nome
cientifico é Columba lívia foi introduzido no Brasil no século XVI, como ave
doméstica. Adaptou-se ao ambiente urbano e por isso, é caracterizado animal sinantrópico. Nas cidades, eles são alimentados direta ou indiretamente pelo homem e têm a sua reprodução propiciada pelas construções e habitações humanas.
O Secretário de Saúde e pneumologista, Dr. Renato
Abi-Ramia, orienta e explica a população quanto às doenças que podem ser
transmitidas por pombos: “As principais doenças transmitidas por essas aves,
através de suas fezes, secreção e penas são: Criptococose, causada por um fungo
chamado Cryptococcus neoformans, que
atinge principalmente as pessoas com imunodepressão (Ex: AIDS), levando a uma
grave meningite e também pneumonia. A histoplasmose também é causada por um
fungo, Histoplasma capsulatum, que provoca infecção de
diversos tipos, podendo ser assintomática ou causar pneumonia de gravidade
variável. A psitacose é causada por uma bactéria chamada atípica, Chlamydia psittaci, que
leva a um quadro infeccioso agudo com febre e dor de cabeça e também pneumonia,
cujo tratamento é feito com macrolideos ou tetraciclina. As salmoneloses são
causadas por bactérias, por contaminação de água e alimentos pelas fezes dos
pombos, levando a um quadro de vômitos e diarréia auto limitado. Além disso,
existem vários tipos de alergia, tais como dermatites, crises de asma e de
rinosinusite.”, explicou o secretário.
O controle e
manejo da população dessas aves no município, são dificultados pela alimentação
e abrigo facilitados pela
população, o simbolismo religioso que ele
possui e a impossibilidade de controle biológico e químico, pois estes não
possuem aqui predador natural e são protegidos pela Lei Ambiental Nº 9605 de
12/02/1998 ( Artigo 29, parágrafo 3º ) e a inviabilidade de transposição por
sua capacidade de retorno ao local de origem.
A Fundação Municipal de Saúde, através da
Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental, realiza um trabalho de orientação
para que a população não alimente essas aves afim de evitar a proliferação das
mesmas. Mas de nada adianta o trabalho de limpeza e informação se a comunidade
não se conscientizar para esse assunto.
Com todas essas doenças e os riscos de contaminação
por causa dos pombos, o secretário faz um apelo à população friburguense: “Precisamos
da inestimável e insubstituível contribuição da nossa população que não deve
alimentar os pombos, pois desta forma eles não irão se reproduzir com grande
facilidade, além das proteções específicas para evitar o pouso desses animais
nos telhados e as feituras de ninhos.”, concluiu.